segunda-feira, agosto 24

Vinte anos sem Raul

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Foto Mário Luiz Thompson

"Ninguem tem o direito de me julgar a não ser eu mesmo. Eu me pertenço e de mim faço o que bem entender." (Raul Seixas)

Não dá pra começar de outra forma. Só mesmo ouvindo o "Maluco beleza" em "Tente outra vez".




Raul Seixas nasceu em Salvador BA, em 28 de Junho de 1945 (Raul dos Santos Seixas). Ele não viveria para ver o sucesso do seu ultimo disco. Morreu aos 44 anos no dia do lançamento do LP, no auge do sucesso numa tarde de segunda-feira, 21 de agosto de 1989. Não viu muitas coisas que os anos 90 trouxeram, como a internet por exemplo. Mas nem por isso ficou esquecido, nem poderia. Foram muitos sucessos que ele nos deixou, músicas que serão cantadas por mais dez mil anos.

Suas letras e músicas sofreram grande influência do rock-and-roll da década de 1950, que ouvia nos discos emprestados de amigos e vizinhos. Aos 12 anos criou um conjunto chamado The Panthers (Os Panteras), começou a estudar direito, abandonando logo em seguida para se dedicar a música.

Ele continua vivo em suas obras inesquecíveis como Cowboy Fora da Lei, Ouro de Tolo, Gita, Metamorfose Ambulante e Maluco Beleza. Além de seus sucessos serem eternos, muitos intérpretes gravaram suas músicas: recentemente Lenine regravou "Maluco Beleza", Leo Maia regravou "Como Vovó Já Dizia...," Nano Reis regravou "Eu nasci há dez mil anos atrás".
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Raul também gostava de escrever versos e pensamentos.

Sim, curvo-me ante a beleza de ser
às vezes zombo de mim mesmo ao término de uma
inteligente e aguçada constatação.
Ermitão do insólito, poeta da dúvida
Entretanto duvido a dúvida por ser dúvida
fruto de uma premissa lógica
Mas nego, afirmo e não duvido de nada
Prisioneiro sem grade desse silêncio eterno.
(Raul Seixas)

Foto Norma Albano-AE

Ele nasceu há dez mil anos atrás. Imaginem se estivesse vivo!
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